Quando observamos a vida, deparamo-nos com a existência de duas realidades, dois
mundos ou dois hemisférios. As antigas civilizações referiam-se sempre a uma grande jornada
cuja passagem se realizava em torno destes dois mundos dando a ideia da existência como um
movimento circular. A vida e a morte, o diurno e o noturno, a luz e as trevas, visível e invisível,
são as ideias chaves desta dualidade vestida de várias formas ao longo da história. No entanto, e
apesar da natureza dual da existência, a linha no qual estes mundos circulam é una, facto que nos
leva a considerar a ilusão destes dois mundos como uma criação do processo de vibração do
ponto central encontrado nesta circunferência por onde se move toda a existência.
Quantas vezes a geometria surpreende-nos com os seus elementos, as suas imagens e operações. já se disse que a geometria é quem melhor expressa os mistérios da vida, com os seus símbolos tão puros, tão despojados da carne e sangue de uma emotividade que trai a perfeição com que se abre a essência do real.
O Três exprime o simbolismo dos três aspectos Logos, que são o motor e a raiz do mundo fenomenal. Para os antigos, qualquer definição da Derradeira Realidade, do Grande Mistério estava para além da percepção humana. Agora, o que certamente se podia constatar eram os seus efeitos visíveis no Universo Manifestado.
Publius Vergilius Maro, (70 – 19 a.C.), é o autor da Eneida, poema que narra a fundação de Roma na região do Lácio por Enéias, herói troiano que escapara do desastre da queda da cidade de Tróia, assim ligada hereditariamente ao surgimento do povo italiano. Roma absorveu muito da cultura grega e isso é evidente na influência que a Ilíada e a Odisseia de Homero na composição dos doze livros que compõem a Eneida.
Vemos o Marquês de Pombal ao centro com os seus dois irmãos e abraçados de maneira estranha, enquanto um númen celestial, sobre uma nuvem, porta uma tocha e os fasces do bom governo. Uma legenda, num papel meio desenrolado, dá o tema e o título ao quadro: CONCÓRDIA FRACTUM, concórdia entre irmãos.
Quatro são também as direções do Espaço em que a manifestação se instala e nas quais nos movemos, e 4 são as Dimensões em que habitamos, e em 4 o espiritual toma seu assento, caso contrário não poderia manifestar-se. Assim nasce um dos símbolos mais antigos que conhecemos da cultura egípcia: a Pirâmide, ou seja, o Três ou o Espírito no Quatro do Mundo.
O propósito deste pequeno artigo ou comentário é lembrar que na realidade todas as parábolas são uma única parábola, geometricamente falando. Podemos falar das parábolas que as fontes formam quando atiram o seu tesouro líquido para o ar, ou aquele que atravessa uma bola de canhão da boca do mesmo até chegar ao chão ou ao seu alvo, ou ao centro de gravidade das sementes lançadas no ar na sementeira, ou nas superfícies geradas por eles (parabólica), e que permitem que os raios de luz vindos do infinito, ou quase, isto é, paralelos, convirjam a dada altura, como acontece com a lente de um telescópio de reflexão, ou aqueles que ouvem, em radiotelescópios, eventos esmagadores noutros lugares do cosmos, mesmo além da nossa galáxia… etc., etc.
A direção equivocada seguida no seu raciocínio por filósofos, matemáticos e artistas depois de Pitágoras consiste justamente no facto de ignorarem ou subestimarem a evolução das espécies metafísicas. Tal aberração domina hoje as mentes a tal ponto que estamos certos de que a maioria dos matemáticos contemporâneos se rirá quando disser que a ideia do triângulo equilátero é uma espécie metafísica anterior à ideia do quadrado e do pentágono regular, ou o que quer que seja o mesmo, que o pentágono e o quadrado são derivados e engendrados pelo triângulo, ou que a espécie metafísica dodecaedro é posterior à espécie metafísica cubo, e este por sua vez posterior à espécie metafísica tetraedro. Entenda-se bem que quando dizemos ‘depois’ queremos dizer como sinónimo de efeito, de uma quantidade mais perfeita que a quantidade ou causa anterior, não como uma coisa dependente do tempo. E, no entanto, nada mais verdadeiro e óbvio.
Porque, de uma forma geral, devemos pensar numa única Essência, tudo contido e como que abarcadas por uma só Natureza, Nem cada uma separadamente, como nos sentidos – numa parte, o sol e noutra, outra coisa – mas “todas juntas” numa. Esta é, de facto, a natureza da Inteligência, pois é assim que tanto a AIma como a que chamamos «Natureza» imitam a Inteligência, em virtude da qual e pela obra da qual as coisas particulares são geradas, uma numa parte e outra noutra, estando toda junta consigo mesma.