Uma das cenas mais admiráveis da história ocidental é a pintura Melancolia, de Albrecht Dürer. Gravado com buril sobre metal, com um tamanho de 24 por 18,8 cms ilustra um emblema, que, segundo o seu título é sobre melancolia, um humor regido por Saturno.
Apesar de o saber matemático, na Mesopotâmia, estar ligado à vida prática, existem registos de exercícios de Matemática envolvendo a divisão de grandes números, não relacionados com a vida quotidiana, que se sabe serem destinados à aprendizagem dos escribas. Esses exercícios matemáticos revelavam um grau de abstração e dificuldade superiores àqueles que se usavam na vida prática. São conhecidas tabelas que os escribas usavam e que eram relacionadas com multiplicação, conversão de unidades de medida, juros compostos, raízes quadradas, quadrados e cubos dos números, entre outros. Eram capazes, por exemplo, de obter uma boa aproximação para a raiz quadrada de um número inteiro.
Uma coisa muito diferente é ter uma mente educada no autocontrolo, nos valores éticos, na paciência diante da adversidade, colocando o bem dos outros antes de satisfazer os desejos próprios, e outra é ter uma mente refinada, sim, mas no vício, astuta para buscar a vantagem acima de qualquer valor ético. Esperta embora não inteligente, uma mente utilizada para dominar os outros, para conseguir tudo o que deseja à custa de quem é necessário para esse fim.
Então, o homem torna-se um lobo para o homem. A sua maior virtude, a inteligência, é usada na sua face obscura para depredar os outros.
“Um homem tem um par de coelhos juntos, num certo local fechado e alguém deseja saber quantos coelhos são gerados a partir do par inicial, durante um ano, considerando que os coelhos se reproduzem após um mês de nascimento.”
O texto acima é uma tradução livre do famoso problema sobre coelhos, proposto por Leonardo Fibonacci naquela que é sua obra-prima, denominada Liber Abaci – O Livro do Cálculo. O parágrafo supramencionado será a base na qual assentará todo este artigo.
Estudamos matemática, química e muitas outras coisas, muitas vezes de forma muito superficial e racional; como se esse mundo mental de elementos matemáticos e esse mundo experimental de processos químicos fossem uma forma de explicar o mundo em que vivemos e, mais ainda, de explicar apenas a sua parte material e energética.
Mas o nosso ponto de vista poderia ser mais profundo, menos limitado e, talvez, pudéssemos ver esses elementos não apenas como explicação de alguns processos, mas também como a sua causa. Para isso, precisamos ser um pouco mais platónicos e perceber a Alma do Mundo.
Se a “coluna” é o centro do “edifício humano”, as estruturas que a compõem deverão ter uma relação determinada com as demais estruturas, visíveis e invisíveis. Evidentemente, na medicina moderna, existem os nervos paravertebrais que interagem com os plexos que, por sua vez, interagem com os órgãos, e além disso, existe a influência do sistema nervoso autónomo, constituído pelos sistemas simpático e parassimpático.
Mas, neste artigo damos um passo à frente na compreensão da sua estrutura. Como veremos, a coluna vertebral, na sua estrutura, tem determinadas relações, de forma indireta e analógica, com os corpos subtis do ser humano.
Bem, então, pensar que a noção da unidade vem da substância, já que a substância e o objeto sensível é um homem ou qualquer outro animal ou mesmo uma pedra, como pode ser razoável, se uma coisa é o que parece – o homem – e outra e não a mesma unidade?
Em 1876, na revista Spiritual Scientist de Boston, H.P.Blabatsky escreve o artigo “Crise no Espiritualismo”, no qual oferece uma explicação geométrica muito interessante sobre uma infracção ou desequilíbrio moral. O grande médium D.D. Home atacou violentamente a autora e injuriou os seus irmãos espiritistas e a autora de Ísis sem Véu, de forma irónica e brilhante faz uma comparação da sua atitude com um problema geométrico. Mas nesta explicação em que reina o sarcasmo há, no entanto, ideias extremamente profundas que vinculam a dimensão da moral com as formas geométricas. Ideias estas que desenvolve também, como veremos, na sua obra imortal Ísis sem Véu.
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José Carlos Fernández - Escritor e Diretor da Nova Acrópole Portugal
Como dizia Platão, a Música é uma Matemática divina e harmoniosa, expressa em movimento e vibrações (por exemplo sonoras) no mundo. Com um monocórdio pitagórico, e convertido em compassos, podemos “ver” (no compasso do acorde, precisamente), “ouvir” e até “sentir emocionalmente” os números.
Em cada categoria de quantidade há uma ou várias formas de combinação consigo mesmas, de cada um dos três elementos ou aspectos fundamentais: zero, unidade e infinito. O conjunto de todas as combinações possíveis da unidade consigo mesma, é o infinito.