Anatomia Oculta 6 – Organização geométrica em dimensões

Para terminar com a série numérica, resta-nos apenas referir que, é claro que não se pretende dar-lhe qualquer significado esotérico ou mágico ou numerológico, e mesmo que o tivesse, é acessório. Pretende-se sim, ensinar. E tal como foi referido no primeiro artigo desta série, a bela e perfeita harmonia que os números refletem, lembra-nos que a Anatomia do Homem é resultado, não de uma evolução cega do acaso, mas de um desígnio inteligente das Leis Harmónicas da Natureza que tanto admiramos, e como dizia Vesalius, são o Templo do Homem.
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No âmbito científico, discute-se que, para além das três dimensões do espaço (comprimento, altura e largura) e o tempo, que definem o nosso mundo tetradimensional, poderia haver outras dimensões e que algumas delas poderiam ser infinitas.

Nos sistemas biológicos, encontramos exemplos de desenvolvimentos multidimensionais. Por exemplo, o nosso DNA que é uma dupla hélice, e a sua estrutura é tridimensional, à semelhança de uma estrutura espacial mas, por outro lado, “o seu conteúdo”, ou seja, a mensagem genética nele contida, está em constante transformação e interação, ao longo do seu tempo de vida, e como tal. poderíamos dizer que não é apenas uma molécula importantíssima, mas que para além disso é “tetradimensional”. No entanto, se acrescentarmos a isso outra nova dimensão temporal, que consiste na transmissão da informação genética de um organismo para outro ao longo do tempo , então estaríamos a falar de uma molécula da quinta dimensão, se assim se pode dizer, já que a sua dinâmica a transporta através do tempo, pois não só possui o programa de informático que transmite informação a um ser vivo, desde o seu nascimento até à sua morte, mas também a transmite a outros seres vivos desde tempos ancestrais, ou seja, tem uma dupla dimensão temporal.

AS DIMENSÕES ESQUELÉTICAS

A arquitetura do sistema esquelético, também se move em outras dimensões geométricas. Vamos começar com o calcâneo:

1 – Calcâneo: é uma unidade cúbica básica, como se fosse o tijolo base que forma o alicerce sobre o qual repousa o nosso esqueleto. Corresponde ao ponto (1D)., na geometria plana.

2 – Fémur: é do tipo de ossos alongados, é “tridimensional alongado”, equivalente à linha (2D), na geometria plana.

3 – Escápula: é certamente tridimensional, mas mais especificamente é “tridimensional-tridimensionado”, porque também acrescenta “asas”, que permitem expandir em todas as três direções (3D);

4 – Esfenóide: é um osso combinado na sua forma, que por um lado possui contornos curvos, como os outros ossos do crânio, e também formas alongadas, rectas e complexas.

A sua geometria faz parte de dois mundos. O seu papel intermediário reflecte-se perfeitamente, nos múltiplos orifícios (forames) que se atravessam entre o interior e o exterior do crânio. Os seus nomes complexos, não nos interessam, mas certamente entendemos que cada um deles é um local de passagem para muitas conexões, tanto nervosas, arteriais e venosas. Para os interessados em aspectos relacionados com a medicina, apresento abaixo a lista dos nomes:

forame oval, forame magno, forame espinhoso, foramen lacerum, forame redondo, forame jugular, forame estilomastóideo, forame etmoide, forames anterior e posterior, forame cribriforme, forame supraorbital, forame cego, fissura orbital inferior, forame do canal óptico e forame do canal hipoglosso .

É neste osso, que se localiza a glândula pituitária, uma glândula intracraniana, que também ocupa um lugar intermédio, entre os sistemas neurológico e hormonal.

5 – Parietal: com este tipo de osso, chegamos ao puramente esférico, que são os “ossos superiores” que compõem o crânio.

Em animais, tal como os lagartos, rãs, salamandras, alguns peixes com ossos, tubarões e lampreias, existe um terceiro olho físico relacionado com esse osso, chamado de “olho parietal”, e que está  associado à glândula pineal. É um olho fotorreceptor, que regula o ciclo hormonal diário e a termorregulação. Com o tempo, este olho físico atrofiou-se e desapareceu no interior dos mamíferos, constituindo hoje o que se conhece como glândula pineal, localizada no meio do cérebro.

O lobo parietal cerebral, situado abaixo deste osso, quando é estimulado pode dar origem a experiências de fenômenos de auto-transcendência (The Spiritual Brain: Selective Cortical Lesions Modulate Human Self-Transcendence Neuron, Volume 65, Issue 3, 309-319, 11 February 2010).

MEMBRO SUPERIOR – ORGANIZAÇÃO NUMÉRICA

O membro superior é organizado em 2 unidades funcionais:

1ª UNIDADE FUNCIONAL:

  • Úmero 1
  • Cúbito + Radio 2
  • Carpo 1ª fila: 3
  • Carpo 2ª fila 4

Total: 1 + 2 +3 + 4 = 10 = 1+0 = 1

Essa primeira unidade funcional, associada ao movimento do membro superior, afeta a coordenação do úmero, cúbito e rádio, permitindo a aproximação do braço a tudo aquilo que pretendemos alcançar, e o carpo ajuda a posicionar  globalmente a mão. Com o braço paralisado, não conseguimos posicioná-lo corretamente para aproximarmo-nos daquilo que pretendemos alcançar.

2ª UNIDADE FUNCIONAL: METACARPO + FALANGES

  • Metacarpo: 5
  • Falanges: 14

Total: 5 + 14 = 19 = 1+9 = 10 = 1+0 = 1

A segunda unidade funcional actua diretamente naquilo que queremos alcançar.

MEMBRO INFERIOR – ORGANIZAÇÃO NUMÉRICA

A organização é muito semelhante à do membro superior, mas com algumas variações. A necessidade mecânica de suportar o peso do corpo e facilitar a marcha faz com as duas unidades funcionais do tarso, sejam ligeiramente diferentes, embora o número de ossos seja igual ao da mão.

1ª UNIDADE FUNCIONAL

  • Fémur: 1
  • Tíbia + Perónio: 2 
  • Tarso 1ª fila: 2
  • Tarso 2ª fila: 5

Total 1 + 2 + 2 + 5 = 10 = 1+0 = 1

2ª UNIDADE FUNCIONAL

  • Metatarso: 5
  • Falanges: 14

Total: 5 + 14 = 19 = 1+9 = 10 = 1+0 = 1

OSSOS FACIAIS

Para finalizar esta série numérica esquelética, incluímos aqui o número de ossos faciais. Há um total de 13 + 1 etmoide.

O etmoide é um osso que, pela sua localização e anatomia, ocupa um lugar intermediário entre a face e o crânio, ainda pertencente ao crânio, articula tanto com os ossos deste último quanto com os da face.

Tal como o esfenoide, é um osso muito poroso e peneirado que permite a passagem dos nervos olfativos, e portanto funcionalmente podemos dizer que está ligado até os ossos da face. Temos então:

13 + 1 Etmóide

  • Maxilares:2
  • Zigomáticos: 2
  • Nasais: 2
  • Únguis: 2
  • Palatinos: 2
  • Cornetos inferiores : 2
  • Vômer : 1

Total: 14 ou duplo septenário, a parte mais humana do nosso corpo, aquela que nos identifica, e que numericamente é: 14 = 1 + 4 = 5, o número por excelência do homem.

Para terminar com a série numérica, resta-nos apenas referir que, é claro que não se pretende dar-lhe qualquer significado esotérico ou mágico ou numerológico, e mesmo que o tivesse, é acessório. Pretende-se sim, ensinar. E tal como foi referido no primeiro artigo desta série, a bela e perfeita harmonia que os números refletem, lembra-nos que a Anatomia do Homem é resultado, não de uma evolução cega do acaso, mas de um desígnio inteligente das Leis Harmónicas da Natureza que tanto admiramos, e como dizia Vesalius, são o Templo do Homem.


Imagem de capa

Composição MpF

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Foto de Jakob Owens na Unsplash

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1 comentário

  • Além desse 6 e do Anatomia Oculta V, quais são os outros, estão com nomes diferentes de Anatomia Oculta?

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