Por ocasião do final da disciplina de Oratória – cátedra que consta na oferta formativa da Nova Acrópole –, surgiu a oportunidade de tratar de um tema com um fundo matemático, evidenciando o seu aspeto filosófico. Assim, considerando aquilo que tinha sido uma leitura do romance histórico “Viagem Iniciática de Hipátia: Na Demanda da Alma dos Números”, do Professor José Carlos Fernández, onde é estabelecida a relação entre diferentes objetos e conceitos matemáticos e o seu significado filosófico, a opção pelas cónicas foi intuitiva dada abrangência de perspetivas que estas permitem abordar.
Muito profundos devem ser os significados ocultos por de trás deste facto (a duplicação do cubo) e a sua demonstração baseada em cilindros, cones e superfícies toroidais (às quais Tales de Mileto deu tanta importância, porque ele disse que a base ou forma da Terra era como o toro ou o bocel das colunas, que é realmente a forma do campo magnético do nosso planeta). Talvez demarquem, geometricamente, as rotas evolutivas do que existe e se manifeste desde o mundo ideal para o das formas e da matéria e o regresso à sua verdade interior.
Quantas vezes a geometria surpreende-nos com os seus elementos, as suas imagens e operações. já se disse que a geometria é quem melhor expressa os mistérios da vida, com os seus símbolos tão puros, tão despojados da carne e sangue de uma emotividade que trai a perfeição com que se abre a essência do real.
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José Carlos Fernandez - Escritor e Director da Nova Acrópole Portugal
O propósito deste pequeno artigo ou comentário é lembrar que na realidade todas as parábolas são uma única parábola, geometricamente falando. Podemos falar das parábolas que as fontes formam quando atiram o seu tesouro líquido para o ar, ou aquele que atravessa uma bola de canhão da boca do mesmo até chegar ao chão ou ao seu alvo, ou ao centro de gravidade das sementes lançadas no ar na sementeira, ou nas superfícies geradas por eles (parabólica), e que permitem que os raios de luz vindos do infinito, ou quase, isto é, paralelos, convirjam a dada altura, como acontece com a lente de um telescópio de reflexão, ou aqueles que ouvem, em radiotelescópios, eventos esmagadores noutros lugares do cosmos, mesmo além da nossa galáxia… etc., etc.
Schelling disse uma vez que: “Compreender a natureza significa criar a natureza.” Portanto, a “ciência genuína” exige ainda mais do que perceber a forma como as inteligências cósmicas e criativas têm funcionado. Gostaria de colocar a geometria projetiva ao serviço desta ciência genuína de forma a que possa proporcionar um meio útil para uma melhor compreensão do corpo físico-etéreo e do espaço, respectivamente.
Desde o início da matemática, um dos desafios foi encontrar a equivalência entre a área do círculo e a de um quadrado, ou a de um retângulo, ou seja, encontrar a quadratura do círculo.