Podemos ironizar com este título recordando o mistério que para os antigos matemáticos gregos supôs este universo, e como os pitagóricos valorizaram a sua natureza irracional, ao ponto de, diz-se – o que é absolutamente falso, um infeliz rumor – teriam assassinado o seu descobridor.
Atendendo ao que a tratar neste artigo é considerado, pela maioria, como pertencente ao campo mitológico, convém, antes demais, definir o que se entende por mitologia.
Segundo José Ferrater Mora “habitualmente chama-se mito a todo o relato sobre algo fabuloso que se supõe ter acontecido num passado remoto (ou impreciso)”. Embora a sua definição continue, numa análise exaustiva pelas diversas tendências e crenças sobre o que é um mito, o que dissemos é suficiente para a tarefa que vamos empreender.
Seshat, a divindade egípcia feminina da escrita, está intimamente ligada aos registos e contagem e por isso nos parece interessante abordá-la dentro dos parâmetros desta revista que busca fazer pontes entre várias áreas do saber.