Em 1876, na revista Spiritual Scientist de Boston, H.P.Blabatsky escreve o artigo “Crise no Espiritualismo”, no qual oferece uma explicação geométrica muito interessante sobre uma infracção ou desequilíbrio moral. O grande médium D.D. Home atacou violentamente a autora e injuriou os seus irmãos espiritistas e a autora de Ísis sem Véu, de forma irónica e brilhante faz uma comparação da sua atitude com um problema geométrico. Mas nesta explicação em que reina o sarcasmo há, no entanto, ideias extremamente profundas que vinculam a dimensão da moral com as formas geométricas. Ideias estas que desenvolve também, como veremos, na sua obra imortal Ísis sem Véu.
Em cada categoria de quantidade há uma ou várias formas de combinação consigo mesmas, de cada um dos três elementos ou aspectos fundamentais: zero, unidade e infinito. O conjunto de todas as combinações possíveis da unidade consigo mesma, é o infinito.
Enquanto a genética clássica afirma a primazia dos genes e da sua estrutura física, orgânica e funcional, sobre a vida, como forma que esta última tem de revelar e expressar as forças estruturantes da matéria, as nucleares fortes e fracas na estrutura base dos átomos e moléculas, constituindo como que o seu “núcleo duro”, a epigenética é o interface entre o ambiente de uma forma geral, e os genes controlando a sua actividade, onde os campos electromagnéticos ganham primazia e modelam o comportamento e evolução dos organismos vivos e a sua plasticidade. Em conjunto estes três campos quânticos integram-se e confluem para a consubstanciação da matéria fermiónica formando o Quaternário na Constituição Septenária.
A direção equivocada seguida no seu raciocínio por filósofos, matemáticos e artistas depois de Pitágoras consiste justamente no facto de ignorarem ou subestimarem a evolução das espécies metafísicas. Tal aberração domina hoje as mentes a tal ponto que estamos certos de que a maioria dos matemáticos contemporâneos se rirá quando disser que a ideia do triângulo equilátero é uma espécie metafísica anterior à ideia do quadrado e do pentágono regular, ou o que quer que seja o mesmo, que o pentágono e o quadrado são derivados e engendrados pelo triângulo, ou que a espécie metafísica dodecaedro é posterior à espécie metafísica cubo, e este por sua vez posterior à espécie metafísica tetraedro. Entenda-se bem que quando dizemos ‘depois’ queremos dizer como sinónimo de efeito, de uma quantidade mais perfeita que a quantidade ou causa anterior, não como uma coisa dependente do tempo. E, no entanto, nada mais verdadeiro e óbvio.
É necessária audácia para se tentar definir a quantidade.
Com todas ressalvas de modéstia, justas e necessárias, a nossa definição é esta: a quantidade é uma ideia em movimento.
O desejo individualista do nosso tempo, com frequência, talvez, nos faça ler a história em geral e a história da Filosofia em particular, com uma influência da nossa própria mentalidade: refiro-me à necessidade de descobrir quem foi o primeiro a falar deste ou daquele conceito, quem foi o descobridor desta ou daquela verdade, quem é o possuidor deste ou daquele conhecimento científico, filosófico ou artístico.
A evolução, o conjunto das transformações da Natureza é, antes de mais, sobretudo e principalmente, um fenómeno geométrico. Quem não veja que a evolução começa na geometria, que a mudança de uma espécie noutra é uma mudança de forma, portanto um fenómeno geométrico, está cego.
Embora nas antigas civilizações da Índia, China, Egito e Mesopotâmia os princípios matemáticos do som já fossem estudados, foram os Pitagóricos que tornaram conhecidas ao mundo ocidental as escalas musicais em termos de proporcionalidades numéricas.
“[…] existem momentos em que podemos conceber além disso, isso é algo que o seu cérebro físico pode conceber. Certamente que não o pode conceber se você apenas se apoiar na matéria do Universo manifestado, mas existem momentos em que você pode conceber muito mais; nos seus sonhos você pode conceber as coisas que você não conseguia no estado de vigília.”