A direção equivocada seguida no seu raciocínio por filósofos, matemáticos e artistas depois de Pitágoras consiste justamente no facto de ignorarem ou subestimarem a evolução das espécies metafísicas. Tal aberração domina hoje as mentes a tal ponto que estamos certos de que a maioria dos matemáticos contemporâneos se rirá quando disser que a ideia do triângulo equilátero é uma espécie metafísica anterior à ideia do quadrado e do pentágono regular, ou o que quer que seja o mesmo, que o pentágono e o quadrado são derivados e engendrados pelo triângulo, ou que a espécie metafísica dodecaedro é posterior à espécie metafísica cubo, e este por sua vez posterior à espécie metafísica tetraedro. Entenda-se bem que quando dizemos ‘depois’ queremos dizer como sinónimo de efeito, de uma quantidade mais perfeita que a quantidade ou causa anterior, não como uma coisa dependente do tempo. E, no entanto, nada mais verdadeiro e óbvio.