Com apenas 27 minutos de duração, foi nomeado no ano do seu lançamento, em 1959, como o melhor documentário curto. Parece incrível que tantos conceitos matemáticos tenham sido expressos de um modo tão genial e simples de uma vez. Dezenas de livros devem ter sido “destilados alquimicamente” até fazer este concentrado elixir pedagógico. Entre eles “Estética das Proporções na Natureza e na Arte”, ensaio do príncipe romeno Matila Ghyka editado em 1927 e depois com o título “Geometria da Arte e Vida” em língua inglesa em 1946, um clássico da matemática filosófica.
Deste diplomático, historiador, poeta e filósofo pitagórico são, por exemplo, neste documentário:
É curioso que quem guia o Pato Donald pelo País das Matemáticas seja “o espírito da Aventura” e que lhe faz amar os números e suas leis, graças ao prazer pela música, regida por harmonias numéricas. Explicam-se, magistralmente, a escala musical associada a frações simples, como a base de construção do pentagrama é o Número de Ouro e como este se faz presente na biologia e nas proporções do corpo humano, na arte clássica, renascentista e ainda na arquitetura moderna, como na Sede da Organização das Nações Unidas em Nova Iorque.
Exemplifica-se na segunda parte o uso das matemáticas e geometria em todo o tipo de jogos, desde o xadrez ao basquetebol, e dedica-lhe vários minutos a ver como planificam aritmeticamente suas jogadas dos mestres do bilhar. Vários temas de “Alice através do espelho”, de Lewis Caroll estão disseminados na segunda parte, um aceno para este autor que foi um grande lógico e matemático.
Na terceira parte dão-se ensinamentos de mecânica e ótica e destacam-se a importância das cónicas (a elipse, parábola e hipérbole) e desvendam-se os segredos duma imaginação ordenada, fundamento de toda a verdadeira criação ou invenção, que surge sempre de uma mente clara. Ensinam-nos a limpa-la de ideias antiquadas, conceitos falsos, confusos e superstição, num trabalho interior doloroso mas necessário se queremos brilhar com luz própria e não outra (de um modo opaco). Mencionam-se inclusive as portas do futuro, hoje fechadas pois serão abertas a uma mente matemática quando chegar a hora.
O precurso pelo mundo interior, ou seja, o da Matemática, é em Donald, uma autêntica iniciação filosófica, que culmina com o autoconhecimento, e com a mente luminosa e aberta a estes seres espirituais que chamamos no presente Ideais mas que serão realizações no futuro. O documentário finaliza com uma máxima essencial de Galilleu Galilei que resume, na verdade, todas estas descobertas: “A matemática é o alfabeto com que Deus escreveu o Universo”.
Mesmo mensagens sublimes incentivam ao despertar da mente no sentido da vida e repetem-se-nos várias vezes: “Agora é a hora”. Talvez até o erro que ele comenta nos números decimais 14 e 15 do número pi, que os especialistas apontam com precisão, tenha seu próprio sentido, e não, desde logo, a quadratura do círculo.
A mente não conhece limites quando bem utilizada e é apenas lá que podemos conceber a ideia de infinito. Apenas a matemática é capaz de destrancar as portas que encerram novos conhecimento.
Belo documentário Dolnad no país da matemática.
Parabéns pelo conteúdo e apresentação gráfica dessas paginas. Aguardo as próximas publicações.
An arthist
Parabéns pela iniciativa! Aproveitando o conhecimento desde aqui na Nova Acrópole em Goiânia, Goiás, Brasil! <3