Destaco e comento alguns dos elementos analisados pelo autor e o que está enquadrado é retirado dessa obra.
A ideia é, talvez, além da homofonia, a ideia de um 1 dinâmico, gerador, como o ponto que traça o diâmetro no círculo nos símbolos da Doutrina Secreta. Que entra na “água”, ou seja, no espaço puro, como um raio ou como uma espada.
O Sol era em Roma, e seguindo tradições mistéricas, o Solus, o Único. No Egipto, Rá é além do Sol a Unidade vibrante do Ser e cujos raios abarcam o infinito.
Efetivamente a Lua é, para nós, única e mutável. A rainha da noite. E é uno o alento de vida da Lua que animou a Terra. A Lua e a Mãe, como o Sol é o Pai.
Curiosa representação da unidade, neste caso associada à passagem do tempo, a um dia.
Claro, mas poderiam ter desenhado 2 sóis ou 2 luas. Evidentemente aqui está representado um princípio de dualidade. De ação do um sobre o outro.
neste caso sim é um número de vezes, o mesmo.
As festas de jubileu ou cerimónia de renovação dos faraós, explica o professor Livraga que podiam ser realizadas quer 28, 30 ou 33 anos. Se é 28 é como a renovação da lua. Neste caso o quatro poderia ser o número de semanas ou setes que inclui o dito ciclo.
As estrelas são as cristalizações da deusa Nut tal como a espuma o é do mar. Este céu é a mente divina cujo número é o 5 e as estrelas simbolizam o que Platão chamou arquétipos.
Teríamos que diferenciar quando é a Estrela una a que se manifesta e quando é o número 6 como acontece com a aparição do signo vertical junto ao sol.
Esta associação do 7 com os orifícios da cabeça e os mesmos com os planetas astrológicos estendeu-se à magia renascentista como vemos nos livros de Cornélio Agrippa e outros autores.
Curiosa representação do 7 como fracção de um ciclo de 30 dias.
Podia ser representado como um Ibis pois simboliza o Deus Thoth que é o Deus dos 8 princípios caóticos que harmoniza com a luz da sua inteligência. Também com uma cabeça e um traço vertical ou a cabeça e o Sol ou a Estrela e 3 traços verticais. Outra das formas é a seguinte:
O curioso neste caso é como invertem a ordem como se fosse um 14 oposto a outro 4 como se os ditos 4 não fossem iguais, como a relação de quadrados (o octógono Estrela) que define o vínculo Terra-Vénus segundo a Doutrina Secreta de H.P. Blavatsky.
Que pode ser representado como uma Estrela e 4 traços ou como uma cabeça e 2 e também:
Recordemos a relação que a mitologia hindu faz do 9 com os Kumaras e com a Estrela Sirius como Senhor do Tempo, e como o 9 está associado ao tempo devido à sua ciclicidade e repetição. Cada 9 retorna à unidade (10 = 1 + 0 na chamada soma teosófica). Justamente nesta relação, a cada 9 vezes colhe o que foi “semeado”, é o número do tempo e da morte que colhe, é o que encerra o ciclo, como a deusa Nephtis, a nona de Heliópolis, que é a “senhora das muralhas.” Como vemos aqui:
Em vez de Aton, o que deve ser um erro, deveríamos ler Atum, ou Ra. Com efeito, o Falcão como Alma do Universo ou Luz Ativa de Deus é quem é e culmina a Década, ao mesmo tempo que inicia um novo ciclo de 9, como vemos nas suas regras de medição e como estudamos noutro artigo deste mesma revista.
Heródoto contou-nos que os sacerdotes do Egito eram matemáticos, embora este nome designasse os “videntes da essência do Real”, não apenas aqueles que sabem operar com o cálculo ou com os conceitos a ele associados.
Imagem de capa
Inscrição hieroglífica egípcia em madeira, do túmulo do general Horemheb. Saqqara, Egito, c. 1300 AC. Museu do Louvre, Paris, França.
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