Mde. Blavatsky: Na geometria oculta de Pitágoras, a tétrade combina em si mesma com todos os materiais que o Cosmos produziu; essa é a regra de Pitágoras. O ponto, ou o um, tem a sua extensão numa linha que então faz o dois, a linha torna-se então um triângulo superior que é depois convertido num sólido, ou quatro, ou a tétrada, através do ponto que é colocado sobre ele.
Sr. B. Keightley: A pirâmide, é uma figura com quadro lados então.
Sr. Kingsland: É uma figura com quatro lados.
O Presidente: É uma figura com quatro lados.
Sr. X – Será uma figura piramidal?
Mde. Blavatsky: Sim, mas deve ter algo nela. Nós iremos ver agora como ela é transformada num pentágono e como o pentágono se transforma num seis.
Sr. A. Keightley: Mas a pirâmide não é um quadrado.
Mde. Blavatsky: A base dessa pirâmide é um quadrado.
O Presidente: Não, é um triângulo que se tornou pirâmide.
Mde. Blavatsky: Peço desculpa, existem quatro faces. Meu caro senhor, eu não lhe falo sobre as figuras. Vocês perguntaram-me sobre o quadrado. Elas não falam sobre o cubo, elas falam acerca do cubo depois.
Sr. Kingsland: Não está construído sobre um quadrado, e depois torna-se quatro coisas.
Sr. Gardner: Os quatro lados aparecem num apex.
O Presidente: Você pode ter uma pirâmide com três faces.
Madame Blavatsky: Eu não falo aqui disso, isso virá depois. Você pode puxar as barbas de Pitágoras depois se você o ultrapassar.
Sr. Kingsland: Você quer dizer que um triângulo se torna uma tetraktys?
Mde. Blavatsky: Isso torna-se uma tetraktys porque a matéria é simbolizada sempre por um quadrado. É sempre um quadrado, plano, e uma vez que o triângulo encaixa nele, você tem ali os sete. Dê-me um lápis por favor e eu irei fazer-lhe um pequeno desenho.
Sr. B. Keightley: Iremos ver isso então enquanto continuamos a conversa. Você tem aqui um plano quadrado, então, no momento em que você lhe acrescenta outro ponto, você tem uma pirâmide ou uma pirâmide formada a partir de um quadrado.
Sr. Kingsland: Nós queremos primeiro saber como é que você chegou ao seu triângulo.
Sr. X – Como é que você chegou do triângulo ao quadrado?
Mde. Blavatsky: Bem, isso eu não posso mostrar agora, mas em matemática isso existe. Não está neste plano de existência fazer de um quadrado um círculo. Sabemos o que significa fazer um quadrado de um círculo, mas as pessoas que passaram anos a tentar fazer de um quadrado um círculo estão neste momento fechados em asilos de loucos… Neste plano de existência você não pode fazer uma quadratura de um círculo, mas se o pudéssemos fazer, isso seria uma coisa totalmente diferente.
O Presidente: Eliphas Levi entende isso de outra forma… Ele acha que a Eternidade Primordial está representada por um triângulo e que a síntese dos três pontos formam um quarto ponto; mas eu não vejo como é que isso nos traz para mais perto da matéria. Eu acho que ele coloca as coisas de uma forma que funciona. Não é assim?
Sr. B. Keightley: O ponto então torna-se uma linha, um dois. Essa linha torna-se numa superfície plana, um três. Então vocês têm depois um triângulo ou a figura do primeiro plano.
Mde. Blavatsky: E as superfícies do triângulo são convertidas num sólido através do quatro, ou da tétrada, isso é feito pelo ponto que é colocado sobre esses três pontos.
Sr. B. Keightley: Então essa é a pirâmide triangular.
Madame Blavatsky: Mas depois isso torna-se numa outra coisa que faz o cubo sair do quadrado. Ficará assim uma pirâmide triangular mas vinda da base de um quadrado.
O Presidente: Ao mesmo tempo, o que queríamos saber era como é que se processam as quatro fases de acordo com os mesmos processos que dão origem às quatro dimensões – se pegarmos num ponto, na linha, nas superfícies e no sólido, nós temos, 1,2,3 e 4. Mas é claro, se temos o plano quadrado normal, estamos simplesmente a alterar uma figura matemática que tem sempre as mesmas dimensões.
Mde. Blavatsky: Vocês não podem compreender nada sem antes a concepção daquilo que vocês querem estiver muita clara na vossa mente: a primeira figura real que vocês podem conceber e que pode ser produzida no nosso mundo é o triângulo. O ponto, o um, não é uma figura geométrica, nem o dois, pelo qual os Pitagóricos tinham uma grande estima, o é de facto simplesmente porque não podem formar nenhuma figura. Vocês não podem fazer nada sem o um e o dois e vocês não podem fazer de duas linhas uma figura. A primeira figura é o triângulo, e isto é tomado por um símbolo do primeiro Logos Manifestado. Esse é o primeiro símbolo neste mundo em manifestação. Eu acho que falar assim é falar claro.
O Presidente: Além disso, o primeiro sólido possível é a figura com quatro lados, com quatro ângulos, são quatro lados onde cada lado contêm em si três linhas. Isso não é um quadrado, é a pirâmide; é a pirâmide com três lados.
Mde. Blavatsky: É o ponto em si mesmo que produz, ou é, o um. Esse ponto pode ir para à direita ou para a esquerda, produz assim o Chokhmah, isto é, a Sabedoria. Ele faz esse plano, que é um plano horizontal da matéria, e produz assim a Inteligência, Binah, ou o Mahat, e depois retorna de volta para o quaternário; Eu não sei esses nomes. Isso é ainda a Tetraktys, e isso é chamado o Tetragrammaton na Kabbalah. É assim chamado porque essa é a primeira coisa. O triângulo que cai na matéria, ou que permanece na matéria, faz o quatro, isto é, faz o Espírito, matéria, macho e fêmea. Esse é o seu real significado. O número contém tanto os números que se produzem como os que são produzidos; é por isso que é número sagrado. Agora, é o espírito, a vontade e o intelecto que formam o triângulo animando assim os quatro princípios inferiores que nós abordamos na Teosofia. Esses princípios são os mesmos que Pitágoras falava, são os sete princípios no homem e que até os rosacruzes tomaram como seus. O quadrado torna-se o cubo quando cada ponto do triângulo se torna dual, macho e fêmea. Os Pitagóricos diziam que uma vez um e duas vezes dois, e que depois surgia a tétrade que tinha no seu topo a maior unidade possível. Essa unidade vai-se tornar a pirâmide em cuja base está a tétrade no plano; a Luz divina repousa nela e faz assim o cubo abstracto. Agora se pegarmos em seis quadrados sólidos e concretos, eles fazem um cubo, certo?
E o cubo quando é desdobrado forma a cruz ou o quatro vertical, barrado pelo três horizontal. Quatro mais três fazem o sete, porque se contarmos de novo o quadrado central, como sabe eu escrevi isso no meu livro A Doutrina Secreta, fazendo assim os nossos sete princípios ou as sete propriedades pitagóricas do homem. E isso no fundo é a cruz, o símbolo da cristandade, que é formado pelo vertical macho e pelo horizontal fêmea. Isso é o espírito e a matéria, e ao mesmo tempo é o maior símbolo fálico que existe.
Sr. B. Keightley: Isso será mesmo assim? Porque o vertical é quatro enquanto que o horizontal é três…
Madame Blavatsky: Caro amigo, aquilo que está em cima está em si mesmo também em baixo, mas a parte de baixo é vista como sendo uma lente revertida. Eu disse-lhe que o quatro é o divino; no plano divino isso torna-se quatro e no plano material, ou no plano da matéria, porque a matéria é também simbolizada pelo número quatro.
Aquilo que é três e divino, aqui é, por exemplo, os três princípios mais elevados do homem que ainda é nada por enquanto. Ele é nada por enquanto, mas através destes três princípios ele torna-se em algo que irá tornar-se em outra coisa depois. Você deve ver estas coisas, caro amigo, como algo que pode ter o seu reverso e que poderá ser como o reflexo da uma lente, para o seu braço direito isso irá aparecer como se fosse o seu braço esquerdo.
Sr. B. Keightley: Desta forma, você alcança o três e o quatro de forma interpenetrada.
Mde. Blavatsky: Exactamente!
Excerto retirado de:
THE SECRET DOCTRINE DIALOGUES
H. P. Blavatsky’s Talks With Students
Encontro de 7 de Fevereiro, 1889.
Imagem de capa:
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